quinta-feira, 26 de abril de 2012
Toda forma de amar
segunda-feira, 16 de abril de 2012
Bonecos de cera
por Eder Ferreira
Olhe para mim, e me diga o que vê
Um séquito de mesquinharia
Um ninho de aves mortas
Um ser consumido pela vida
Uma vida que se consumiu sem querer
Olhe para si, e se veja
Em meu lugar, com meus erros
Com minha alma desgastada
Pelo tempo que se perdeu em vão
Pela vida que se tornou ação
Na estática percepção do que é certo e errado
Olhe para nós, e me diga
Quanto tempo mais falta
Para que percebamos o que nos mata
O que nos consome
O que nos separa
Olhe para o vazio
E finja ser um desvario
Finja que nada aconteceu
Finja que você está aqui
Que eu estou ai
Que essa é apenas mais uma vida
Nos separando da felicidade
Nos desviando da plenitude
Nos fazendo mais uma vez bonecos de cera
Parados, inertes, sós
Enquanto o resto do mundo finge estar em movimento
sexta-feira, 13 de abril de 2012
quinta-feira, 12 de abril de 2012
Veneno
por Eder Ferreira
Escorrendo solto
pelo canto da boca
outrora sorridente
agora, tão ardente
Envolvendo, enlaçando
Entrelace de linhas
Peçonhas tão finas
no laço venenoso
que toca a pele
O espaço poroso
entre a carne
e o ar rancoroso
se faz perigoso
se faz meio ausente
Cobra criada
armada, até os dentes
que mordem os lábios
e roem as vísceras
expostas pelo acido
Plácido veneno
que agora te dou
neste beijo sereno
quarta-feira, 4 de abril de 2012
O último pecado
Erros eternos
Fraternos pecados
O amor que ainda dói
A ferida aberta
São todas formas certas
de se viver aos pedaços
Fragmentos humanos
Pedidos profanos
a um deus invisível
Momentos felizes
Meros deslizes
de uma alma falível
Fato puro, concreto
é todo mal obsceno
radicalmente sereno
Sem lastima ou afeto
Perdão sem sentido
ao um coração ferido
por não saber viver
Sem mais o que dizer
Nada para fazer
Nada que já foi feito
E nada que se fará
Pois o último pecado
é nada mais que a véspera
do próximo que virá
segunda-feira, 2 de abril de 2012
Entre os sonhos
por Eder Ferreira
Acordado, mas querendo dormir
Tentando esquecer que
estou em um pesadelo
Desespero, consumindo a realidade
que tanto lutei para construir
Desgastando a verdade
que me esforcei para não omitir
Destruindo os sonhos
que outrora sonhei
que tanto desejei
Mas, entre os sonhos
sempre houve algo real
entre o bem e o mal
Algo ao longe, mas tão perto
Entre cada devaneio
um lampejo de amor
que tenta, agora, acabar com essa dor
com esse triste sonho
que logo chegará ao fim